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Editorial - 1ª Edição

Por Maria Luisa Inguaggiato


Neste primeiro número da revista ‘escrituras corporais’ encontraremos diferentes olhares e perspectivas dos autores, discutindo a prática clínica com crianças e a prática educacional com jovens com múltiplas deficiências.


Iniciando pela seção Campo Teórico, apresentaremos dois artigos. Primeiro, o artigo “Clínica psicomotora com crianças diante de traços autistas: intervenções pela via da rearticulação pulsional” de Maria Luisa Inguaggiato traz uma discussão dos caminhos teóricos neste campo, apoiados na teoria psicanalítica sobre as pulsões, para inspirar possíveis intervenções psicomotoras.


O segundo artigo “Relaxação Terapêutica na criança: Método Bergès-Bounes” de Vera Mattos apresenta conceitualmente esta metodologia que interroga o sujeito sobre seu corpo, pela mobilização de mudanças internas a partir da consciência tônica, propondo à criança uma escuta de si, a partir da sua corporeidade. A autora ilustra com fragmentos clínicos, indicando semelhanças desta modalidade de intervenção com os objetivos das práticas psicomotoras.


O Café Psicomotor também contém dois artigos: “Sexualidade e Agressividade na perspectiva da psicomotricidade” de Susana Veloso Cabral, onde a autora apresenta passagens de diversos autores da psicanálise sobre esta temática e as articula com a psicomotricidade. Aponta a sexualidade e a agressividade como sendo constituintes dos primeiros momentos da vida das crianças, evidenciando a importância desses temas para nortear a compreensão e intervenção terapêutica na clínica e na educação psicomotora. O segundo texto “O brincar como o tempo e o espaço para constituir-se sujeito: suporte para o funcionamento da função motora” de Nivaldo Torres apresenta uma reflexão em torno da importância do brincar na vida infantil como referência aos processos de subjetivação. Evidencia o aspecto singular que o jogar simbólico de uma criança oferece enquanto possibilidade de intervenção, diagnóstico e direcionamento da cura.


Diálogos Psicomotores contém o artigo “O real do corpo na clínica psicomotora com crianças” de Genivaldo Macário. O autor articula os três registros da teoria lacaniana: real, simbólico e imaginário com a clinica psicomotora, explorando, principalmente, a escuta do registro do real no corpo da criança a partir do discurso parental e a compreensão de que os sintomas são endereçamentos deste real. Tece também considerações sobre como a clínica psicomotora facilita o processo de simbolização e a direção do tratamento.


No Espaço Interdisciplinar o artigo “O pop up(ing)do sujeito: o que o pai tem a ver com o Isso?” de Anabel Guillen e Maria Luísa Inguaggiato apresenta, através de um caso clínico, o exercício interdisciplinar entre as duas disciplinas, psicomotricidade e psicanálise, discutindo questões referentes ao lugar da metáfora paterna na estruturação psíquica, na imagem do corpo e na conquista do esquema corporal.


O Espaço Aberto contém dois artigos. O texto “Intervenção psicomotora em pessoas com múltiplas deficiências: um estudo de caso” de Claudete da Costa Maia, discute questões sobre a prática educativa em um contexto multidisciplinar trazendo reflexões sobre os impasses do trabalho psicomotor neste campo. O texto ‘O jogo espontâneo na psicomotricidade’ de Bianca Martins Rocha Lima, propõe associações e reflexões sobre o brincar e seu prazer estruturante imbuído na terapia psicomotora através do jogo espontâneo.


Espaço Literário apresenta a resenha do livro “Psicanálise para Psicomotricistas (uma orientação corpórea para a educação e a clínica)” de José Àngel Rodriguez Ribas.


Boa leitura!!!


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